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24 de novembro de 2009

Alice no país das maravilhas

Sim XD Alice, mais uma vez...
FATO... o bichinho da nostalgia me pegou, e procurei não só trechos, como o livro todo pra reler, e recomendo a vc, caso ainda não tenha lido (na verdade espero q tenha pois toda criança deveria ler Alice no país das maravilhas) q veja esse trecho e disperte a criança adormecida q te faz tanta falta.

aki vai uma parte de como tudo começou para Alice ^^

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"1. Na Toca do Coelho


Alice estava cansando de ficar sentada na beira do lago, com a irmã, sem nada para fazer. Ela já tinha dado uma ou duas espiadas no livro que a irmã estava lendo, mas ele não tinha figuras nem conversas, "e para que serve um livro sem figuras nem conversas?", pensou Alice.

Sozinha com seus pensamentos, ela calculava (do jeito que conseguia, porque o calor a deixava sonolenta e abobada) se valia a pena levantar e colher margaridas só pelo prazer de fazer um colar de margaridas quando, de repente, um Coelho Branco passou correndo por ela.

Não tinha nada de TÃO impressionante naquilo, nem Alice achou TÃO fora do normal ouvir o Coelho falando sozinho: "Oh, meu Deus! Oh, meu Deus! Vou me atrasar!" (Quando pensou nisso depois, ela achou que deveria ter se espantado, mas na hora tudo pareceu bem natural.)

Mas quando o Coelho pegou um relógio do bolso do seu colete, consultou as horas, e então correu mais ainda, Alice levantou num pulo, porque passou por sua cabeça que ela nunca tinha visto um coelho de colete antes, muito menos tirando um relógio do bolso. Fervendo de curiosidade, Alice correu pelo campo atrás do Coelho, felizmente bem a tempo de vê-lo pular para dentro de uma grande toca embaixo de uma cerca.

Um segundo depois, Alice pulou atrás dele, sem nem pensar como ia sair de lá. A toca do Coelho começava reta como um túnel e virava para baixo de repente, tão de repente que Alice nem teve tempo de pensar em parar e já se viu caindo em um poço muito fundo.

Ou o poço era muito fundo, ou ela caiu muito devagar, porque, enquanto caía, teve tempo de sobra para olhar ao redor e imaginar o que aconteceria em seguida. Primeiro, ela tentou olhar para baixo e descobrir para onde estava indo, mas estava escuro demais para se ver qualquer coisa. Então ela olhou para as paredes do poço e notou que estavam cheias de armários e estantes de livros. Aqui e ali, ela viu gravuras e mapas pendurados.

Na passagem, ela pegou um pote de uma prateleira. Tinha um rótulo nele, GELÉIA DE LARANJA, mas, para sua grande decepção, o pote estava vazio. Ela não queria deixá-lo cair, podia matar alguém. Então, passando por um armário enquanto caía, deu um jeito de enfiar o pote ali dentro.

"Bem!", pensou Alice consigo mesma, "depois de uma queda como esta, rolar escada abaixo vai ser moleza! Como vão me achar corajosa lá em casa! Pensando melhor eu é que não vou contar nada, nem que eu despenque do telhado!" (É muito provável que, no caso de cair do telhado, não desse para ela contar nada mesmo. Nunca mais.)

Caindo, caindo, caindo. Esse buraco não termina nunca! "Quantos quilômetros eu já caí até agora?", pensou ela em voz alta. "Devo estar chegando perto do centro da Terra. Deixa ver: isso daria uns 6 mil quilômetros, eu acho" (sabe como é, Alice tinha aprendido muitas coisas desse tipo na escola, e mesmo não sendo uma GRANDE oportunidade para exibir seus conhecimentos, já que não tinha ninguém para ouvi-la, era sempre bom para praticar)" sim, é mais ou menos esta a distância certa mas então em que latitude ou longitude eu estou?" (Alice não tinha a menor idéia do que era latitude ou longitude, mas achou essas palavras muito importantes e bonitas de se dizer.)

Em seguida ela recomeçou: "Já pensou se eu caio direto e atravesso toda a Terra!? Que estranho aparecer do outro lado do mundo no meio daquelas pessoas que andam de cabeça para baixo, os ORIENTADOS, eu acho..." (desta vez, ela ficou bem feliz por não ter ninguém ouvindo, porque essa palavra não parecia estar certa de jeito nenhum) " mas eu vou ter que perguntar para eles qual é o nome do país, claro. 'Por favor, moça, aqui é o Japão ou a China?'" (e ela tentava fazer uma mesura, segurando as pontas da saia e curvandose enquanto falava - imagine fazer isso enquanto despenca pelo ar! Você acha que conseguiria?). "Vão me achar uma menininha muito ignorante por perguntar isso! Não, perguntar não é uma boa idéia: talvez eu veja o nome escrito em algum lugar."

Caindo, caindo, caindo. Não havia mais nada para fazer, então Alice logo começou a falar de novo: "Dinah vai sentir muito a minha falta hoje à noite, eu acho!" (Dinah era a sua gata.) "Espero que eles lembrem do seu pires de leite na hora do lanche. Dinah, minha querida! Eu queria que você estivesse aqui embaixo comigo! Não tem nenhum rato no ar, que pena, mas você poderia pegar um morcego, que é como um rato, você sabe. Mas será que gato come morcego?" E então Alice começou a ficar com bastante sono e continuou falando sozinha, como num sonho: "Morcego é como rato e gato come rato Ga-to-co-me-ra-to Gato come rato?", e às vezes, "Ra-to-co-me-ga-to?" Sabe como é, já que ela não conseguia responder nenhuma das perguntas, não importava muito a ordem das palavras. Ela sentiu que adormecia e começava a sonhar. No sonho, ela caminhava de mãos dadas com a Dinah perguntando, muito séria, "Agora fale a verdade, Dinah: você já comeu um morcego?", quando de repente, tump! tump!, ela se estatelou sobre uma pilha de gravetos e folhas secas e parou de cair.

Alice não se machucou nadinha, e na mesma hora deu um pulo e se levantou: olhou para cima, mas estava tudo escuro. Na sua frente tinha uma passagem comprida, e ela ainda conseguiu ver o Coelho Branco correndo lá dentro. Não havia um segundo a perder e lá foi ela, rápida como o vento, bem a tempo de ouvi-lo dizer, enquanto dobrava uma esquina:

- Oh, minhas orelhas e meus bigodes, que tarde que está ficando!

Ela estava logo atrás dele ao dobrar a esquina, mas o perdeu de vista. Então percebeu que estava num salão comprido e baixo, iluminado por uma fileira de lâmpadas penduradas no teto.

Havia portas ao redor de todo o salão, mas todas estavam trancadas, e depois de ter experimentado uma por uma, de um lado e de outro, caminhou muito triste para o meio da sala, imaginando como conseguiria sair dali um dia.

De repente ela encontrou uma mesinha de três pernas, toda feita de vidro maciço. Em cima da mesa só tinha uma minúscula chave dourada, e a primeira coisa que Alice pensou foi que ela podia ser de uma daquelas portas. Mas - que azar! - ou as fechaduras eram muito grandes ou a chave era muito pequena, e de qualquer jeito não dava para abrir nenhuma porta. No entanto, na segunda volta ao redor da sala, encontrou uma cortina baixa que não tinha percebido antes, e atrás da cortina tinha uma portinha de uns 40 centímetros de altura. Ela experimentou a chavezinha dourada na fechadura e, para seu grande contentamento, serviu!

Alice abriu a porta e descobriu que dava para uma pequena passagem, não muito maior que um buraco de rato. Ela se ajoelhou e olhou lá para dentro até avistar o jardim mais adorável que você jamais viu. Ela estava doidinha para sair daquela sala escura e passear por entre os canteiros de flores esplendorosas e fontes refrescantes, mas nem sua cabeça passava pela porta,"e mesmo se a minha cabeça passasse", pensou a pobrezinha, "ela não ia servir de muita coisa sem os meus ombros. Oh, como eu queria poder encolher como uma luneta! Acho que eu conseguiria se ao menos soubesse como começar". Você sabe, estava acontecendo tanta coisa fora do normal que Alice começava a achar que quase nada era realmente impossível.

Pelo jeito, não ia adiantar ficar parada na frente da portinha, então ela voltou até a mesa, com uma leve esperança de encontrar outra chave lá, ou, quem sabe, um manual de instruções para encolher pessoas como uma luneta. Desta vez ela encontrou uma garrafinha em cima da mesa ("que, com certeza, não estava aqui antes", disse Alice), e nela tinha um rótulo com as palavras 'BEBAME' lindamente impressas em letras grandes.

Tudo bem que dizia 'BEBA-ME', mas isso não era motivo para uma menina ajuizada como Alice se apressar em beber. "Não, primeiro eu vou olhar", ela disse, "e ver se está escrito veneno ou não." É porque ela sabia de muitas historinhas interessantes sobre crianças que tinham se queimado ou tinham sido devoradas por animais selvagens e outras coisas desagradáveis, tudo porque elas não lembraram de regrinhas simples que seus amigos tinham ensinado, tais como: se você encostar a mão numa panela quente durante muito tempo, vai se queimar, e vai doer, e se você cortar seu dedo MUITO fundo com uma faca, normalmente sai sangue. E ela nunca tinha esquecido que, se você beber muito de uma garrafa onde está escrito veneno, é quase certo que vai lhe fazer mal, mais cedo ou mais tarde.

Mas nesta garrafa NÃO estava escrito veneno, então Alice arriscou uma provadinha e achou uma delícia (tinha, na verdade, um gosto misturado de torta de morango, pudim, abacaxi, peru de Natal, puxa-puxa e pãozinho quente com manteiga), então ela acabou com tudo rapidinho.

"Que sensação estranha!", disse Alice. "Eu devo estar encolhendo como uma luneta."

E estava mesmo: ela agora media apenas 25 centímetros. Seu rosto iluminou-se com a idéia de que já tinha o tamanho ideal para atravessar a portinha e ir até aquele adorável jardim, mas esperou alguns minutos para ver se iria encolher mais ainda. Ela estava um pouco nervosa, "porque, você sabe, essa história pode terminar comigo apagando completamente, como uma vela", disse Alice para si mesma. "Como será que eu ia ficar então?" E ela tentou imaginar onde vai parar a chama depois que a vela se apaga, uma coisa que não lembrava de ter visto.

Depois de algum tempo, vendo que nada mais acontecia, decidiu ir de uma vez para o jardim mas, que azar da pobre Alice!, quando chegou à porta, percebeu que tinha esquecido a chavezinha dourada e, quando voltou até a mesa para pegá-la, viu que seria impossível alcançá-la. Dava para ver a chave claramente através do vidro e ela tentou, com todas as forças, escalar uma das pernas da mesa, mas era muito escorregadia. Quando não agüentava mais de cansaço, a pobrezinha sentou e chorou.

"Ora, não adianta chorar desse jeito!", disse Alice, muito severa, para si mesma. "Eu aconselho você a parar com isso neste minuto!" Ela geralmente dava conselhos muito bons para si mesma (embora raramente os obedecesse), e às vezes se xingava tanto que chegava a chorar. Ela lembrava de uma vez ter tentado puxar as próprias orelhas por trapacear num jogo de croqué que estava disputando consigo mesma. É que esta extraordinária criança adorava fingir ser duas pessoas. "Mas agora não adianta nada fingir ser duas pessoas!", pensou a pobre Alice. "Quer dizer, com o que sobrou de mim, mal dá para fazer UMA pessoa decente!"

Logo seus olhos bateram numa caixinha de vidro que estava embaixo da mesa. Abriu-a, e dentro encontrou um bolinho muito pequeno, que tinha as palavras 'COMA-ME' escritas caprichosamente com passas. "Bom, vou comê-lo", disse Alice, "e se me fizer crescer, posso alcançar a chave, e se me fizer diminuir, posso rastejar por baixo da porta. Para mim, tanto faz".

Ela comeu um pedacinho e disse ansiosamente para si mesma,"Para cima ou para baixo? Para cima ou para baixo?", enquanto botava a mão na cabeça para sentir se estava crescendo ou encolhendo. Ficou muito surpresa ao descobrir que continuava do mesmo tamanho. Para falar a verdade, isso é o que se espera que aconteça quando se come bolo, mas Alice já estava tão acostumada a esperar pelo inesperado que o esperado lhe pareceu muito bobo e sem graça.

Então ela foi em frente e logo, logo, acabou com o bolo."
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aproveite LEIA sempre.

1 comentários:

Shadow disse...

Realmente...
Foi um trecho bem longo!
Mas eu adoro esse livro *-*